quinta-feira, 29 de novembro de 2012


A Perturbação de Pânico

É a mais conhecida das perturbações da ansiedade e afecta cerca de 1 em cada 75 pessoas. Os primeiros sintomas ocorrem na adolescência e início da idade adulta. As suas causas exactas ainda não são claras, mas parece coincidir com períodos de maior ansiedade e mudança na vida da pessoa. Os factores genéticos também parecem influenciar o desenvolvimento desta perturbação.

O que é um ataque de pânico?
A principal sensação é a de um medo intenso, súbito e incontrolável. Este medo surge sem aviso ou razão aparente e parece surgir do nada. Os principais sintomas são:
- batimento cardíaco muito acelerado;
- dificuldades em respirar (sensação de não ter ar suficiente);
- medo, terror paralisante;
- tonturas, dores de cabeça ou náuseas;
- tremores, suores nas mãos ou pés;
- dores no peito;
-sensação de desmaio iminente;
-sensação de frio ou de calor;
-medo de morrer, de enlouquecer ou de perder o controlo de si mesmo.

Este tipo de sintomas são típicos do Ser humano perante uma situação de perigo – teoria dos três F (flight, fight ou freeze), mas no caso dos ataques de pânico, estes ocorrem sem a existência de uma circunstância perigosa. Em muitas situações os ataques podem ocorrer durante o sono.
No seguimento dos sintomas em cima apresentados, os ataques de pânico são marcados pelas seguintes condições:
- ocorrem repentinamente sem aviso prévio;
- o nível de medo causado pelos ataques é totalmente desproporcional, tendo em conta as circunstâncias;
- os ataques de pânico cessam em apenas alguns minutos, o nosso organismo não suporta este tipo de reacção por demasiado tempo, mas podem ser recorrentes durante várias horas.

Causas
Os ataques de pânico não são perigosos, mas podem ser bastante assustadores pela sensação de falta de controlo que proporcionam. Este tipo de perturbação, pode eventualmente, dar origem a outro tipo de complicações a nível psicológico, como depressão, fobias, abuso de substâncias ou suicídio entre outras. As fobias desenvolvidas no âmbito da perturbação de pânico, não provêm do medo de objectos ou eventos relacionados, mas sim pelo medo de voltar a ter um novo ataque. As pessoas terão a tendência de evitar determinadas situações por causa do medo de despoletar um novo ataque.

As causas desta perturbação assentam na interpretação que a pessoa faz das reacções do próprio corpo. O primeiro ataque de pânico é, quase sempre, uma experiência muito forte – até porque nesse momento, a pessoa acredita que tem um problema físico eventualmente perigoso. A partir daqui, os sintomas da resposta de ansiedade ficam associados à experiência desagradável do ataque de pânico. Por este motivo, de cada vez que eles ocorrem no futuro, a pessoa associa-os a esta experiência, o que aumenta a ansiedade e precipita o ataque de pânico. Deste modo o tratamento desta perturbação deve passar pelos seus vários aspectos – psicológicos e fisiológicos.

O tratamento
A maior parte dos psicólogos concordam que um dos tratamentos mais eficazes é a terapia cognitivo-comportamental. A medicação também é apropriada em determinados casos (ansiolíticos e antidepressivos). A terapia cognitiva ajuda o paciente a identificar os sinais desencadeadores do ataque e a alterar os processos cognitivos inerentes à sensação de medo intenso. O importante nesta terapia é conseguir evitar que o paciente continue a fazer uma interpretação errada de que os sintomas são perigosos, mas sim, acreditar que os sintomas, ainda que desagradáveis, são completamente inofensivos.
Na sua maioria estes tratamentos têm uma elevada taxa de sucesso, mas tudo depende de cada situação e da cada pessoa.

Quando convenientemente tratada, a perturbação de pânico não desencadeia futuras complicações a nível psicológico. Esta perturbação, tal como muitas outras de foro emocional, não deve ser menosprezada e deve ser correcta e rapidamente tratada. 

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